segunda-feira, 30 de julho de 2012

Enquanto estamos no exterior, pensamos em retornar ao Brasil. Quando chegamos lá, tudo continua igual.



Aprendemos o que é ser nômade no colégio, aquele que muda frequentemente de lugar, sem residência fixa. 

Não passava pela minha cabeça, enquanto estudava direito, mudar de país. 

Foi coragem e vontade de viver uma nova experiência que me fez pegar o avião e desistir dos meus planos para começar uma aventura.

Entendo o sentimento de pessoas que deixam o norte do Brasil e mudam para outro lugar no sul, com diversas finalidades: ajudar a família, arrumar um emprego, não importa, tem planos e sonhos. E muitos brasileiros também vem para o exterior tentar o mesmo.

Sempre o terreno do vizinho parece melhor mas muitas vezes, esses sonhos não fazem parte da dura realidade que é morar num lugar onde não se sabe as regras, a língua e a cultura. O choque cultural ocorre e vem a impressão de termos tomado a decisão errada de mudar de país.  

Essa desilusão cria o sentimento de patriotismo acirrado. Muitos unem-se a outros brasileiros na mesma situação, evitam o contato com a língua estrangeira, por medo de sentir-se idiotas ou serem feitos de idiotas. A partir daí, anula-se qualquer vontade de trocar experiências culturais com outros povos. Está criado um pequeno Brasil, dentro de um país estrangeiro, cheio de regras de sobrevivência, onde o que está mais tempo que você e arrumou um emprego melhor, sabe mais e comanda.

O sofrimento é evidente pois fica claro se a pessoa não sabe conviver com as diferenças, vai estar num lugar onde não tem o mínimo interesse e passa então a pensar: "Quando eu juntar um dinheiro, comprar um terreninho, eu volto para o Brasil. É claro que com toda essa recessão em UK, esses sonhos estão quase impossíveis, pois foi o tempo que 1 libra valia 5 reais.      

A maioria dos brasileiros tem o sonho de voltar, eu digo, a maioria, pois quando o cidadão já passou pelo sentimento de desilusão, aprendeu a conviver com as diferenças e gostou, passou a aceitar que aquele país que escolheu tem suas vantagens e o sonho da volta passa a fazer parte de um passado.

Registro aqui minha experiência: Foi minha gravidez que me tirou da desilusão. Antes, eu ainda sonhava em voltar com meu marido para o Brasil. Eu era nômade, mudei diversas vezes de cidade e país, no entanto, aprendi, através da minha filha, que ser nômade era fugir de mim mesmo, dos meus medos que sempre ficavam em algum lugar, pois eu não queria parar.

Indo para outro país, escondia de mim mesmo, minhas fraquezas. Quando retornava ao Brasil, tudo parecia tão igual.

Ser forte, muitas vezes é ficar e enfrentar o desconhecido. Eu aprendi a aceitar que a melhor coisa, como minha mãe sempre diz, é o equilibrio, a rotina, as pequenas coisas que nos fazem felizes, como um simples sorriso da minha filha e um bom dia do meu marido quando ele sai para trabalhar. O resto construímos com o tempo. 

Não deixo de ser aventureira e não acho que envelheci com o tempo, só aprendi algo que demorou um tempo: estar constantemente feliz, mesmo que nas pequenas coisas.     


           
    

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Formação de um Grupo para ganhar prêmios pela Internet

Sabemos o quanto é difícil criar nossos filhos quando estão longe dos familiares que podem nos ajudar. Também sabemos o alto custo que envolve um nursery, baby sitter e childminder. Ficamos em casa, indo para playgroups, festinhas, playgrounds até que eles atinjam uma idade que podem ir para um part time publico.

Nosso tempo é escasso. Quando se tem um computador e internet e nossos filhos brincam, podemos dar uma parada e relaxar, olhando facebook, lendo, divertindo-se, conversando com amigos, principalmente nesses dias de chuva em Londres.

Pensando em fazer algo que não vai requerer concentração, mas pode gerar algum lucro sem muito esforço (se a sorte ajudar), sem qualquer investimento inicial, tive a maluca idéia de formar um grupo de mães brasileiras que vivem em Londres para ganhar prêmios pela internet.

Existirão regras para isso. É mais ou menos como um "bolão de apostas", mas com uma grande possibilidade de ganho se comparado com bingo, loteria, etc. Por dia, são mais de 300 premios que sao distribuídos por toda Inglaterra.    

Esse grupo será formado exclusivamente por maes brasileiras que vivem em Londres que disponibilizam de uma até duas horas por dia, tem internet e computador em casa. Os prêmios serão compartilhados, conforme regras criadas.

Já ganhei prêmios pela internet e por sinal, ótimos. Eles podem ser em dinheiro, objetos caros, viagens, SPA para duas ou mais pessoas, jantares, etc. No entanto, se fizermos isso coletivamente, poderemos ganhar muito mais!
As regras serão divulgadas numa reunião on line, ou por telefone, que será agendada com as participantes. 
Se quiserem maiores informações, mande e-mail: alessandra@brazilianmumsonline.co.uk

Abraços,
    

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Festa Junina, Willesden Junction Station e Brasil, lalalalalalala.............

Entrei no trem e fui para uma festa junina bem looooooooooooooooonge de onde moro. Com coragem, determinação de brasileira, queria muito conhecer onde estão meus compatriotas e comer bolo de milho.

Saindo da estação, tive a sensação que estava em alguma calçada do Brasil. E para minha surpresa, de cara, encontrei uma associação de brasileiros.

Lembrei-me do dia quando, pela primeira vez cheguei aqui, carregando uma mala pesada (cheia de sonhos) e já me perdi na numeração estranha que era par de um lado e impar de outro, tentando encontrar meu hostel. Ah.......se fosse na estação de Willesden Junction, já cairia direto nessa associação! Acertaram em cheio a localização!  

Andando um pouco mais na rua principal dessa estação, deparei-me com um açougue, um botequinho e um restaurante brasileiro, tudo assim, pertinho um do outro. Por  um minuto, fechei “um olho” e viajei para meu país. Deixei no entanto, o outro bem aberto, porque dizem que por ali é bom estar prestando bastante atenção. Não sei se muda muito se comparado com o Brasil. Dizem que tem a “Brasilwater”, apelido da estação “Bayswater”. Deveria existir  a “Brazilian Junction Station”.   

Sobre a festa junina, aproveitei pouquissimo, pois chegamos tarde e já era hora do bingo. Horário errado de chegar! O carrinho da minha filha ficou para fora do ginásio que estava lotado e o vento frio que não era para acontecer nessa época, pegou-nos de surpresa.

Na volta, andando pelas ruas, comecei a ouvir o sotaque que vem do nordeste, norte, sul, sudeste do Brasil e ali tudo misturado com uma população da Jamaica, naquele atmosfera meio maluca que é morar numa cidade tão cosmopolita.

Uma hora e meia para chegar em casa e apareceu o seguinte pensamento: moraria ou não numa área com muitos brasileiros?     

Em Londres, moro afastada da maioria dos brasileiros, de forma que quando cruzo com mães brasileiras que moram por aqui ou quando ouço alguém falar portugês, fico muito feliz.

Amo estar com brasileiros, por sinal, amo meu país, apesar de todos os contrastes e problemas.

No entanto, gosto de onde moro, tenho tudo por perto, meu bairro é tranquilo, tem muitas opções de passeios. Também tem uma churrascaria brasileira. Sei que amizades com estrangeiros levam tempo para se formar e a intimidade criada nunca vai ser igual da que temos com nossa própria cultura.

A educação que pretendo dar para minha filha será com base na vivência que meu marido e eu tivemos, ou seja, de dois países diferentes, criados de forma completamente opostas e realidades super desiguais. Acredito que daí surgirá a riqueza educacional que minha filha experimentará.

Creio que por gostar de conhecer culturas diferentes, muito embora a adaptação seja por  vezes tão difícil, isso já faz parte da minha personalidade. Essa integração levou ao meu amadurecimento emocional e por isso, acho importante permancer onde estou.

Passei a amar a Inglaterra, como meu lar, com todos os defeitinhos como a frieza britânica. Lógico, sinto saudades da minha terra, dos meus pais, irmãos, sobrinhos, amigos e família, mas acredito que já aprendi a lidar com a distância.

No meu armário sempre vai ter espaço para o chá inglês, o fubá e pão de queijo, pois nessa integração de comidas e gostos, trago mais para perto meu Brasil, brasileiro, minha terra amada!

E assim fico por aqui, com meu coração junto da comunidade enorme de brasileiros de Willesden Junction  mas uma hora e meia afastada de todos.